O MAL QUE NOS FIZERAM
Buscando compreender o momento que nos afligiu esses últimos
quatro anos, rodeado de mentiras estapafúrdias e o envolvimento devasso de
algumas organizações religiosas, junto a setores das forças de segurança, na
política nacional.
Me pego a pensar no processo corrente de desqualificação da
educação e da cultura que vinha sendo promovido por esses setores com forte
amparo por parte do governo federal anterior, com intensa repercussão nos estados
e municípios.
Se a escola, que outrora era símbolo de possível ascensão
social, ambiente intocado, de importante centro de aprendizagem e socialização;
não tem resistido a constantes ataques, em muitos casos, literalmente falando,
temos que creditar tais mudanças a comunidade e as famílias que constituem a
escola, afinal somos reflexo do meio social no qual estamos inseridos.
Me recordo de alguns casos de alunos que deram trabalho aos
profissionais de educação dentro das escolas, o que mais me chamou a atenção
foi a diferença de resposta por parte da família e os desdobramentos e consequências
de tais condutas.
Quando a Família escuta e busca o apoio da escola para a resolução do problema, geralmente o aluno não se torna reincidente, muda posturas e melhora e muito seu rendimento;
Por outro lado, temos a família que, por
vários motivos, chega na escola com postura ameaçadora, achando inadmissível ser
chamada por causa de problemas de "adolescentes", e ao invés de escutar, passa a
questionar as ações da escola, valorizando ou, até mesmo, menosprezando o
problema provocado por seu filho, o que leva o aluno a ser reincidente e piorando
seu rendimento, pois passa a gastar mais energia com coisas alheias ao processo
de ensino aprendizagem, levando a desgastes e resultados ruins.
Esse quadro tem se agravado com as constantes mentiras veiculadas
nas redes sociais, colocando em xeque o papel memorável da escola em
possibilitar a plena formação do cidadão, da formação de mão de obra técnica
para os setores produtivos, bem como continuar a ser um dos pilares de ascensão
social num país de grandes desigualdades sociais como o Brasil.
Portanto, o que se questiona, antes do que esperar da escola
vindoura, é o que esperar do país do futuro? Que Brasil queremos para nossos
filhos?
Seria o país do sectarismo, divisionismo, negacionismo, racismo, da intolerância, do nós contra eles, ou lutaremos por um país da tolerância, do amor, da união, do respeito as diferenças, do diálogo?