Prof.Marcelo Castro

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De uma forma geral, buscando a compreensão do todo, valorizando as partes e defendendo os menos favorecidos.

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3 de ago. de 2020

Problemas demográficos em tempos de Globalização


Problemas demográficos em tempos de Globalização

Embora o crescimento demográfico da Terra tenha sido menor do que o projetado há cinquenta anos, a população mundial deve atingir seu ponto de saturação em torno do ano 2050, quando será alcançado o índice de aproximadamente 10 bilhões de habitantes. Assim como o imprevisto "planejamento" demográfico global que ocasionou grande expansão da urbanização, a qual se processou de maneira bem mais célere do que a cogitada, em grande parte, devido aos avanços no setor da mecanização agrícola.
Segundo estatísticas divulgadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), o índice de urbanização já ultrapassou o limiar dos 50%, com as cidades concentrando atualmente uma população maior do que a residente nas áreas rurais. O aspecto mais grave reside na constatação de que, na próxima década, metade dos habitantes das cidades viverá em estado de pobreza.
As conclusões chegadas pelas novas estatísticas são estarrecedoras. Prevê-se que, dentro de pouco mais de duas décadas, o mundo terá cerca de dois bilhões de favelados ocupando espaços urbanos, com o número de pobres e miseráveis maior do que o então residente nas áreas rurais. Grande parte do crescimento populacional se localizará nas megalópoles de países menos desenvolvidos, a exemplo da cidade de Mumbai, na Índia, que em menos de duas décadas abrigará uma população em torno de 35 milhões de habitantes.
Na opinião do urbanista norte-americano Mark Davis, cujos estudos sobre o tema foram sintetizados no livro "Planeta de Favelas: a involução urbana e o proletariado informal", o maior incremento demográfico se verificará em áreas urbanas de menor porte, exatamente aquelas mais incapazes de manter as mínimas condições para acomodar e oferecer serviços elementares a seus habitantes. Tamanho inchaço populacional torna-se ainda mais preocupante porque, de modo constante e progressivo, a urbanização intensiva deixou de se vincular ao ritmo industrial e a outros itens propulsores do desenvolvimento, tal como costumava acontecer com regularidade até a primeira metade do século XX.
Em vários países, a despeito da ocorrência de avanços na economia, a urbanização cresceu em proporção inversa à queda do salário real e à incidência do desemprego. O êxodo rural, por falta dos necessários incentivos à adequação do ser humano ao seu meio ambiente, também contribuiu, de maneira marcante, para a expansão das favelas, não só na periferia das cidades, mas, também, em áreas centrais e até mesmo em meio a zonas nobres.
De modo idêntico ao que sucede em outras metrópoles brasileiras, Fortaleza padece dos males e incômodos decorrentes da desordenada concentração demográfica, geradora de questões sérias como a proliferação da violência, do comércio e consumo de drogas, da prostituição ostensiva de ambos os sexos e do aceleramento do mercado informal, no qual geralmente predominam produtos de origem ilícita.
O problema assumiu tal dimensão, ao ponto de se tornar objeto de reiteradas advertências da ONU. Ignorá-las, ou subestimá-las, pode significar a desestruturação de inúmeros valores sociais, alguns deles já sustentados precariamente. Mesmo sob uma análise superficial, são percebidos os perigos ameaçadores do equilíbrio da sociedade, sem que quase nada de concreto e eficaz os governos tenham feito para repensar suas causas e lhes deter o avanço, limitando-se a medidas paliativas.
Atualmente, as maiores preocupações e desafios demográficos existentes não se referem ao quantitativo populacional, mas à distribuição de recursos alimentares, às questões étnicos-sociais, aos movimentos migratórios, à idade média da população, entre outros.
Diante dessas preocupações, podemos enumerar abaixo os principais desafios demográficos do mundo para o século XXI:

1) Questões alimentares: fome e obesidade, Surtos e Pandemias mais constantes;

2) Migrações em massa;

3) Racismo, machismo, homofobia e preconceitos de toda forma;

4) Envelhecimento da população.

Problemas alimentares

Há alguns séculos, estimava-se que o elevado aumento populacional seria gerador de grandes catástrofes e problemas relacionados com a falta de recursos naturais para a população. No entanto, o que se observou foi a expansão da produção de alimentos para além dos crescimentos populacionais.
Todavia, muitas pessoas ainda sofrem com a fome ou subnutrição no mundo. Essas pessoas são vítimas diretas da concentração de riquezas e da consequente má distribuição dos recursos alimentares pelo mundo. Eis a problemática da fome.
Existem dois tipos principais de fome no mundo: a do tipo endêmica ou fechada e a do tipo epidêmica ou aberta.
A fome do tipo endêmica é também chamada de subnutrição e refere-se ao tipo de fome resultante da pobreza extrema de uma pessoa ou de uma população inteira. A estimativa atual é de que mais de 800 milhões de pessoas no mundo sofram com a subnutrição, que consiste no consumo médio inferior a 2500 calorias por dia por parte de um indivíduo.
A fome do tipo epidêmica acontece mais raramente, porém costuma ser mais catastrófica. Ela ocorre em períodos de guerra, longas secas, epidemias ou pandemias e até como resultado do abandono da população por parte do governo.
Outro problema alimentar existente no mundo e que se coloca como um desafio a ser superado é a acentuada expansão da obesidade. Ao contrário da fome e da subnutrição, que vêm registrando decréscimos, a obesidade vem aumentando a cada ano. As estimativas são de que o número de obesos seja igual ou superior ao número de pessoas com fome.
A obesidade é o excesso de gordura corporal que uma pessoa possui. Tal problema ocasiona uma diminuição da expectativa de vida em função das diversas doenças por ele causadas, como problemas cardíacos e cânceres.
As principais causas da obesidade no mundo estão relacionadas com o padrão de vida da sociedade global capitalista, como o sedentarismo geral da população e a má alimentação resultante do crescimento do consumo das comidas rápidas ou fast-food. Em países da Europa e do Japão, esse problema já abrange mais de 20% da população e, nos Estados Unidos, 30%.
Os sanduíches e outras comidas rápidas são os grandes vilões da obesidade atualmente

Migrações internacionais e xenofobia

As migrações internacionais ocorrem, principalmente, envolvendo habitantes do chamado mundo subdesenvolvido que buscam melhores condições de emprego e renda no mundo desenvolvido. Tal processo vem ocorrendo mais intensamente na história da humanidade desde o final da Segunda Grande Guerra. A maior parte dessas migrações ocorre por motivações econômicas.
Os países que recebem esse grande quantitativo populacional procuram estabelecer limites para essa grande quantidade de pessoas que ingressam em seus territórios, a fim de evitar o inchamento populacional e agradar a população interna que reivindica ações nesse sentido. No entanto, essas migrações continuam a ocorrer de forma ilegal.
Ao chegar em um país, esses imigrantes costumam preservar as suas tradições culturais de origem, bem como sua língua e o seu modo de falar, o que representa uma insegurança no que se refere à relação entre Estado e nação. Tal risco materializa-se no fato de os imigrantes passarem a exercer direta influência sobre os rumos político-econômicos nacionais.
Em razão disso, cresce no mundo o processo de xenofobia, que é a aversão que a população de um dado lugar possui em relação a povos estrangeiros, que são vistos como uma ameaça e uma “concorrência desleal” no mercado de trabalho, uma vez que uma pessoa estrangeira costuma receber menores salários.
Existiram e ainda existem diversos casos de xenofobia no mundo, o que vem causando a morte de milhares de pessoas em todo o planeta.

Racismo e intolerância

Outro problema demográfico do mundo atual relaciona-se aos casos de racismo e outras formas de intolerância a grupos como os homossexuais, mulheres e outros.
O racismo está fundamentado em discursos historicamente construídos sobre a superioridade de algumas etnias – erroneamente chamadas de raças – sobre outras. Na maioria dos casos, tais discursos foram previamente elaborados para justificar o domínio de alguns povos sobre outros, isto é, de um Estado sobre outro.
Além disso, o racismo é fruto da hostilidade em relação às pessoas que destoam do padrão de uma dada sociedade, por não se enquadrarem em uma determinada homogeneidade étnica que daria a um determinado Estado o status também de nação, ou Estado-Nação, isto é, quando um território é formado basicamente por uma única etnia.
Outros casos de intolerância também se revelam a partir de discursos históricos. O machismo advém da herança da cultura da submissão feminina nas sociedades do período moderno da história (e até mesmo antes). Casos de homofobia também são frutos desse processo, que coloca no topo da hierarquia social o homem branco heterossexual.

Envelhecimento da população

Uma das questões demográficas que mais vêm gerando debates no contexto mundial é o envelhecimento da população, resultado do controle do crescimento populacional e da elevação da expectativa de vida. Em linhas gerais, nascem menos e morrem menos pessoas no mundo do que antes.
Alguns países da Europa, a exemplo da Alemanha, vêm incentivando a prática familiar de ter mais de um filho por casal através de incentivos à própria família para a criação e manutenção dos padrões de vida de seus filhos.
O grande temor é o de que não haja uma população economicamente ativa para sustentar a previdência e a estrutura dos países.

Questionário:
1) Não é uma das questões demográficas que mais vêm gerando debates no contexto mundial:
     A) Racismo
     B) Envelhecimento da população
     C) Intolerância
     D) Aumento do número de casamentos

2) As migrações internacionais ocorrem, principalmente, envolvendo habitantes do chamado mundo subdesenvolvido, devido a:
    A) Humanidade das pessoas
    B) Acolhimento familiar no mundo
    C) buscarem melhores condições de emprego e renda no mundo desenvolvido
    D) Falta de desigualdade social

3) Há alguns séculos, estimava-se que o elevado aumento populacional seria gerador de grandes catástrofes e problemas relacionados com a falta de recursos naturais para a população. No entanto, o que se observou foi a expansão da produção de alimentos para além dos crescimentos populacionais.
Todavia, muitas pessoas ainda sofrem com a fome ou subnutrição no mundo. Essas pessoas são vítimas diretas da concentração de riquezas e da consequente má distribuição dos recursos alimentares pelo mundo. Eis a problemática da fome, que se relaciona, exceto:
     A) A desigualdade social
     B) Política eficaz de distribuição de renda pelo mundo
     C) Fome Endêmica
     D) Expansão da obesidade