Prof.Marcelo Castro

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De uma forma geral, buscando a compreensão do todo, valorizando as partes e defendendo os menos favorecidos.

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25 de mar. de 2021

Conceitos de Estado, Nação, Território e país

Os termos Estado, nação, território e país são conceitos chave da Geografia. Muitas vezes são

usados como sinônimos, mas cada termo se refere a conceitos distintos, muito importantes para

entender o mundo atual. Veja a seguir.

O estado

O estado é a forma como a sociedade se organiza politicamente; é o ordenamento jurídico que

regula a convivência dos habitantes de um país. O governo é a forma como as instituições políticas e

administrativas do país produzem as leis (Poder Legislativo), colocam as leis em prática (Poder

Executivo) e garantem sua execução (Poder Judiciário). Além disso, há as forças armadas,

organizações responsáveis pela defesa do território. Para ser reconhecido e respeitado entre os

demais, um Estado busca a sua soberania, ou seja, busca ter plenos poderes para instituir e

administrar as normas e leis que a sociedade deverá seguir em seu território. O Estado soberano é

aquele que não tem de reconhecer nenhum poder superior a ele. Uma nação pode constituir um Estado

soberano. Quando ela ocupa um território e se organiza politicamente, denomina-se Estado-nação. Na

sociedade contemporânea, o Estado-nação é a forma mais difundida de organização da sociedade. Há

Estado-nação que abrangem diversas nações, como o Reino Unido (que reúne as nações inglesa, galesa,

escocesa e norte-irlandesa).

A nação

O termo nação pode ser definido como um coletivo humano com características comuns, como a

língua e a religião. Os membros dessa coletividade estão ligados por laços históricos, étnicos e

culturais. Há nações com um Estado constituído, como a Alemanha, o Japão ou Portugal, e há nações

que almejam constituir-se como Estado, mas ainda não o são, como os tibetanos, na China, e os Curdos,

espalhados entre Turquia, o Irã, o Iraque o Azerbaijão, a Síria e a Armênia.

O território

O território de um país é a base física sobre a qual um Estado exerce sua soberania. O território é

delimitado por limites políticos, que podem ser naturais, como um rio, uma cordilheira, etc., ou

artificiais, estabelecidos com base em outros elementos. De modo geral, os limites políticos dos países

são determinados por traçados tanto naturais quanto artificiais. O território de um país é formado

pelo solo continental e insular, pelo subsolo, pelo espaço aéreo e pelo território marítimo.

O país

Podemos definir país como um território politicamente delimitado, com unidades políticoadministrativas, moeda própria, reconhecimento internacional e, em geral, habitado por uma

comunidade com história própria. Todo país tem um Estado constituído, que exerce soberania perante

outros países e uma Constituição.

 

Exercícios:

 

1) Escreva V para verdadeiro ou F para falso nas afirmações a seguir.

a) ( ) Todo país é um Estado-nação.

b) ( ) O Estado é a forma como a sociedade se organiza politicamente. É o ordenamento jurídico que

regula a convivência dos habitantes de um país.

c) ( ) O Canadá é um exemplo de um Estado sem nação.

d) ( ) Não existe nação sem território próprio.

e) ( ) Os tibetanos constituem um povo sem Estado constituído.

 

2) Preencha as lacunas nas frases deixando a informação completa.

a) O ________________________ é a base física sobre a qual um Estado exerce sua soberania.

b) O ____________________________ é aquele que não tem de reconhecer nenhum poder

superior a ele.

c) O coletivo humano com características comuns, como a língua e a religião pode ser definido como

__________________________.

d) A palavra ____________________corresponde a um país soberano, politicamente organizado

em um território.

e) ______________________ é a autoridade governante de uma nação ou unidade política, que

tem como finalidade regrar e organizar a sociedade.

 

3) Associe cada um dos termos aos seus respectivos conceitos.

(A) Estado (B) Nação (C) Território (D) País

 

a) ( ) Território politicamente delimitado por fronteiras, com unidade político-administrativa, em

geral, habitado por uma comunidade com história própria. Possui um Estado constituído e uma

Constituição.

b) ( ) Base física sobre a qual um Estado exerce sua soberania. Pode ser delimitado por fronteiras

naturais ou artificiais; é formado pelo solo continental e insular, o subsolo, o espaço aéreo e o

território marítimo.

c) ( ) Coletivo humano que possui características comuns, como a língua e a religião. Seus membros

estão ligados por laços históricos, étnicos e culturais.

d) ( ) Ordenamento jurídico que regula a convivência dos habitantes de um país. Dele fazem parte o

poder Legislativo, o poder Executivo e o poder Judiciário. País, nação, território e Estado. 

Categorias e conceitos da Geografia

Os conceitos da Geografia são importantes instrumentos de análise do espaço geográfico, constituído a partir das relações humanas com a natureza.

Geografia é uma ciência humana que estuda o espaço geográfico e suas composições, analisando a interação entre sociedade e natureza. No âmbito desse mérito, essa área do conhecimento utiliza, em suas abordagens, uma série de conceitos que são considerados como basilares para a fundamentação de seus estudos. Trata-se das chamadas categorias da Geografia.

Os principais conceitos da Geografia, nesse sentido, são: lugarpaisagemregião e território.

Lugar: o conceito de lugar para a Geografia está, nas principais abordagens, vinculado a uma análise compreensiva – e, portanto, não objetiva e nem racionalista – da realidade. Nesse sentido, ele se articula a partir da relação ou compreensão do ser diante do espaço geográfico, ou seja, o lugar é o espaço apropriado ou percebido pelas relações humanas.

Sabemos que cada pessoa enxerga o mundo de forma específica, pois isso se relaciona com o conjunto de experiências dos indivíduos ao longo do tempo, suas concepções culturais e seus valores morais e até religiosos. Portanto, as análises geográficas pautadas no conceito de lugar concebem o espaço analisado não de uma maneira direta ou racional, mas por meio da compreensão humana e, muitas vezes, com base em valores afetivos ou de identidade. Esse tipo de análise é mais comum no âmbito da Geografia Cultural e da Geografia da Religião, mas pode envolver outras áreas do saber em questão.

Paisagem: em algumas análises, a paisagem é diretamente definida como o “aquilo que a visão alcança” ou como o “mundo conforme a sua aparência externa”. Portanto, a paisagem costuma ser definida como as formas com que a produção do espaço geográfico revelam-se diante de nossos olhos.

Todavia, outras concepções desse modelo são apresentadas a partir da refutação desse conceito. Em muitas abordagens acadêmicas, concebe-se a paisagem não apenas a partir da visão, mas da multissensorialidade, ou seja, a utilização dos demais sentidos (tato, olfato, paladar e audição). Além disso, a paisagem é, muitas vezes, reveladora de experiências e atrelada a fatores da expressão humana e pessoais, o que dá à paisagem uma dimensão cultural.

Região: o conceito de região é amplamente utilizado no senso comum, sendo geralmente empregado em referência a uma área do espaço mais ou menos delimitada. Na Geografia, a região refere-se a uma porção superficial designada a partir de uma característica que lhe é marcante ou que é escolhida por aquele que concebe a região em questão. Assim, existem regiões naturais, regiões econômicas, regiões políticas, entre muitos outros tipos.

Dessa forma, a região não existe diretamente, mas é uma construção intelectual humana, em uma ideia muito defendida pelo geógrafo estadunidense Richard Hartshorne (1899-1992) com base na filiação filosófica de Immanuel Kant. No âmbito da Literatura, por sua vez, essa noção está vinculada ao conceito de regionalismo, que expressa o conjunto de costumes, expressões linguísticas e outros valores que apresentam variação entre uma região e outra, dando uma identidade coletiva para os diferentes lugares.

Território: muito utilizado no âmbito da política, o território é comumente entendido como uma área delimitada por fronteiras. No entanto, nem sempre essas fronteiras são visíveis ou bem delineadas. Na maioria das abordagens geográficas, o conceito de território está relacionado com uma configuração de poder. É portanto, uma área apropriada, uma porção do espaço geográfico onde uma relação hierárquica estabelece-se.

O território possui uma característica importante, que é a sua multiplicidade em termos de tipificações e de escala. Ele pode abranger desde uma área muito restrita, como uma rua ou um terreno qualquer, até uma coalizão internacional composta por forças militares de diversos países. Ao mesmo tempo, seus tipos envolvem territorialidades militares, jurídicas (vinculadas ao Estado), naturais, culturais e até criminais, como os territórios do tráfico de drogas ou de grupos mafiosos.

Por fim, o saber geográfico articula-se a partir de conceitos e categorias básicos sobre o espaço geográfico

Formação do território brasileiro

A formação do território brasileiro começou antes da chegada dos portugueses.

Para evitar conflitos entre Espanha e Portugal, os dois países assinaram o Tratado de Tordesilhas (1494). Este estabelecia os limites das terras a serem ocupadas e exploradas na América.

A primeira região a ser povoada pelos portugueses foi o litoral, especialmente o nordestino. Ali se estabeleceram as plantações de cana de açúcar, os engenhos, e os portos.

Paralelo a isso, os colonos organizavam expedições em busca de mão de obra, metais e pedras preciosas.

O território brasileiro no período colonial

O Tratado de Tordesilhas obrigava os portugueses a permanecerem no litoral. Com isso, a primeira atividade econômica foi a exploração do pau-brasil e em seguida, o plantio da cana de açúcar.

Observe o aspecto do mapa brasileiro com os limites do Tratado de Tordesilhas e as capitanias hereditárias:



Com a União Ibérica (1580-1640), o Tratado de Tordesilhas deixa de ter validade. Desta maneira, os colonos portugueses podem ir para o interior. Com isso, encontram ouro e pedras preciosas nas regiões hoje conhecidas como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.

Com o fim da União Ibérica e o restabelecimento da monarquia em Portugal, os portugueses se expandem para o sul e fundam a Colônia do Sacramento, em 1680. A fim de resguardar aquelas terras, os espanhóis respondem criando Os Sete Povos das Missões onde jesuítas e índios guaranis viveriam.

Posteriormente, começa na Europa a Guerra de Sucessão (1700-1713), uma disputa entre as potências europeias para escolher o próximo soberano espanhol. Esta briga se refletiria também nas colônias americanas e mudaria o os limites do Brasil.

Com o fim do conflito é assinado o Tratado de Utretch, o qual estabelecia:

  • as fronteiras entre o Brasil e a Guiana Francesa
  • o Amapá, disputado entre França e Portugal, foi reconhecido como português
  • a Colônia do Sacramento foi entregue à Espanha
  • a área ocupada pelos Sete Povos das Missões foi cedido a Portugal.

Formação territorial do Brasil no século XIX

Com a vinda da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, o território do Brasil sofreu novas alterações.

A atividade mineradora perdeu força e o café passou ser o principal produto de exportação do Brasil. Com isso, os estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo ganharam importância.

A Banda Oriental do Uruguai foi incorporada ao Brasil como Província da Cisplatina e a Guiana Francesa foi ocupada militarmente. Em 1817, o Brasil deixa a Guiana Francesa, mas obtém o reconhecimento da posse da foz do Amazonas.

Após a independência, porém, as Províncias Unidas do Rio da Prata, alegam que a área da Cisplatina lhes pertencia e tem início a Guerra da Cisplatina (1825-1828). A solução é a criação de um Estado independente, a República Oriental do Uruguai.

Nesta época, se registram a criação das províncias de Alagoas (1817), Sergipe (1820), Amazonas (1850) e Paraná (1853).



Organização do território brasileiro no século XX

Com a proclamação da República, em 1889, as províncias passam a se denominar "estados".

O Brasil aumentou de tamanho durante o século XX. A França alegava que parte do Amapá lhe pertencia, pois não reconhecia o rio Oiapoque como fronteira.

Em maio de 1900, após disputas diplomáticas lideradas pelo barão do Rio Branco, a questão foi resolvida a favor do Brasil e uma faixa de terra de 250.000 km² foi incorporado ao estado do Pará.

No entanto, o principal conflito territorial foi registrado com a Bolívia.

Ambos os países se enfrentavam pela região onde atualmente é o estado do Acre. O confronto deu origem a Revolução Acreana e terminou com a incorporação destas terras pelo Brasil. Através do Tratado de Petrópolis, a Bolívia foi indenizada e a ferrovia Madeira-Mamoré foi construída.

Observe no mapa abaixo o aspecto do território brasileiro em 1922.


Mapa do Brasil em 1922

No século XX, observamos a reorganização territorial do Brasil com a criação de novos estados como o Território Federal do Guaporé (1943), Mato Grosso do Sul (1977) e Tocantins (1988). Isso respondia ao crescimento da população e também tinha o objetivo de melhorar a administração local.

O Território Federal do Guaporé passou a ser o estado de Rondônia, em 1982. Por sua vez, Amapá e Roraima foram elevados à categoria de estados em 1988.

18 de mar. de 2021

A globalização, ou mundialização Cultural

 A globalização, ou mundialização, é um processo em que os fenômenos (economia, política, cultura, questão ambiental) passam a ocorrer em uma escala global. Do ponto de vista histórico, essa globalização inicia-se com as Grandes Navegações. Do ponto de vista geográfico, a intensificação desse processo é mais atual e ocorre após a dissolução da União Soviética e o fim da Guerra Fria.

A base técnica da globalização corresponde aos transportes e comunicações. As transformações observadas nas últimas décadas nesses setores, como o processo de conteinerização (uso de contêineres para o transporte de mercadorias) e o desenvolvimento da fibra óptica, possibilitaram o “encurtamento das distâncias” e a expansão do comércio mundial. Na ponta desse processo, estão as empresas transnacionais. Elas são os principais agentes da globalização, carregando consigo seus produtos e suas marcas para o mundo. Segundo alguns estudiosos, a intensificação dessas trocas criaria uma “aldeia global”, isto é, uma cultura global e padronizada. Todos beberiam o mesmo refrigerante, comeriam a mesma comida, usariam a blusa da mesma marca... Entretanto, a forte identidade nacional permitiu ou intensificou outros fenômenos, como o hibridismo cultural (trocas culturais formam novas características culturais) e o choque de civilizações (culturas diferentes entram em conflito devido a essas diferenças). Assim, esse conceito de aldeia global não se confirmou.

Mapa mental – Globalização
 
 Globalização Cultural
A globalização possui seu caráter econômico e cultural. Vamos nos focar no último aspecto, embora a produção econômica sirva também para influenciar, modificar e disseminar culturas. Os produtos também são reflexo de uma cultura e condicionam tendências e comportamentos.
Podemos entender cultura como
Cultura: conjunto de características (como linguagem, hábitos, história, comportamento social, leis, culinária, tipo de vida, atividades econômicas exercidas, ciência, valores morais... ) de determinadas sociedades.
Globalização: processo no qual os fenômenos (econômicos, culturais, históricos, sociais, ambientais...) passam a ocorrer em escala global.
Como dito, o processo de globalização se intensifica com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e transporte, no pós guerra fria. Os mercados ficam mais conectados, as empresas tem atuação global, e os fenômenos culturais, antes muito locais, começam a sentir esse processo de diversas formas que iremos conceituar aqui. A globalização acaba dar um ganho de escala as culturas, ampliando as trocas e choques culturais.
Acontece que essa troca não acontece de forma simétrica. Há inegavelmente um amplo domínio dos grandes centros produtores de influência. Não são todos os países que conseguem projetar sua cultura para os demais no mundo moderno. Quem guiou o processo de organização da nova ordem mundial foi o grande vencedor da guerra fria, os Estados Unidos. Não por coincidência que a projeção que a cultura norte americana tem é muito maior do que de demais países. Por exemplo: é possível que você, aluno brasileiro, já tenha visto mais filmes americanos do que brasileiros. Quando assistimos um filme estamos identificando e apreendendo diversos traços culturais e hábitos, o que influencia no comportamento de demais culturas.
Deter a capacidade técnica para tal projeção é um fator determinante para esse processo, que gera a disseminação de um padrão de desenvolvimento, que no geral aprofundamos no estudo do caráter econômico da globalização neoliberal. De todo modo, são centros de influência e centros econômicos que criam produtos e lançam tendências, estabelecendo também bases empresariais e produtivas em diversos territórios internacionais. As tecnologias de comunicação acentuam essa influência numa escala global de forma instantânea a exemplo dos celulares e das redes sociais.
Aldeia Global; a ideia de que há um encurtamento de distâncias metafórico, por conta da disseminação midiática na globalização, onde um evento se torna de conhecimento de todos rapidamente. Como numa grande aldeia, a cultura e as notícias se disseminam muito rapidamente, atingindo a todos.
Mas ai vem a pergunta; a influência cultural de determinadas nações seria capaz de criar uma homogeneização das culturas?
Na verdade o que ocorre é um hibridismo cultural, onde culturas se misturam. Por exemplo: existem palavras em inglês comumente usadas hoje no português como "mouse" ou "hambúrguer" mas isso não homogeneíza nossa cultura, pelo contrário, é incorporado a nossa cultura, criando novos significados.
Porém, para algumas culturas no mundo, a cultura americana é muito diferente, e a necessidade por um protecionismo e maior resistência cultural pode agravar conflitos entre países. Não são todos os países que aceitam essa influência e modelo de desenvolvimento de forma tão fácil. Mas, o capitalismo e a produção dos países hegemônicos também se adapta a especificidades culturais para se fazerem presentes em identidades nacionais muito diferentes.

As identidades nacionais porém continuam existindo, mesmo nesse mundo globalizado e comunicativo de uma aldeia global. São essas identidades nacionais que impedem a ideia de homogeneização cultural, por mais que um determinado e controverso padrão de desenvolvimento tente se disseminar em larga escala pelo mundo. O medo de perder traços de sua cultura por uma cultura estrangeira remete ao conceito de aculturação, que é quando um traço de uma determinada cultura se perde com o tempo. O desenvolvimento tecnológico causa esse fenômeno com frequência. Ao mesmo tempo, esse receio mencionado aumenta com a globalização e pode motivar xenofobias.

fonte: https://descomplica.com.br/d/vs/aula/globalizacao-cultural/#:~:text=A%20globaliza%C3%A7%C3%A3o%20n%C3%A3o%20%C3%A9%20um,identidade%20nacional%2C%20entre%20outros%20conceitos.